sexta-feira, 18 de maio de 2012

ORIGAMI


Aprenda a dar forma ao papel criando e fazendo algumas figuras muito simples para as crianças. Origami ou papiroflexia é uma arte japonesa que se baseia em dobrar o papel para fazer bonitas e interessantes figuras.
Origami estimula a imaginação e a criatividade, desenvolve a destreza manual e fomenta a concentração.

CORAÇÃO



BARCO



PÁSSARO




PEIXE


domingo, 22 de abril de 2012

DIA DA TERRA - 22 de abril

Dia Internacional do Planeta Terra


O Dia da Terra, 22 de abril, é uma data festiva comemorada em muitos países do mundo. A data foi criada nos Estados Unidos por Gaylord Nelson, senador e ativista ambiental. Além de criar a data, o senador lutou pela divulgação e promoção dos objetivos desta data.

A data foi criada com o propósito de abrir discussões em todo mundo sobre a importância da preservação dos recursos naturais do planeta Terra. Além disso, tinha como objetivo criar uma consciência mundial sobre os problemas da contaminação, destruição da biodiversidade, uso não sustentável dos recursos naturais, desmatamentos e outros problemas que ameaçam a vida em nosso planeta.

A primeira manifestação aconteceu nos Estados Unidos em 22 de abril de 1970. Participaram milhares de pessoas, principalmente estudantes de universidades e escolas. A pressão sobre o governo norte-americano foi grande e este criou a Agência de Proteção Ambiental.

O Dia da Terra é uma data comemorativa que não é controlada ou organizada por uma entidade específica. Ela pertence a humanidade e, por isso, pode ser comemorada livremente no mundo todo, adequando-se a realidade de cada região.

Frases sobre o Dia da Terra:

- Preservar e usar de forma inteligente os recursos naturais é o melhor presente que podemos dar ao nosso planeta no Dia da Terra.

- A Terra é nossa casa, vamos conservá-la e tratá-la com muito amor e carinho.

- Neste Dia da Terra vamos pensar e agir em favor de nosso planeta.

- O desenvolvimento sustentável do planeta Terra é fundamental para a qualidade de vida das futuras gerações

DIA DA TERRA - 22 de abril

Dia Internacional do Planeta Terra

O Dia da Terra, 22 de abril, é uma data festiva comemorada em muitos países do mundo. A data foi criada nos Estados Unidos por Gaylord Nelson, senador e ativista ambiental. Além de criar a data, o senador lutou pela divulgação e promoção dos objetivos desta data.

A data foi criada com o propósito de abrir discussões em todo mundo sobre a importância da preservação dos recursos naturais do planeta Terra. Além disso, tinha como objetivo criar uma consciência mundial sobre os problemas da contaminação, destruição da biodiversidade, uso não sustentável dos recursos naturais, desmatamentos e outros problemas que ameaçam a vida em nosso planeta.

A primeira manifestação aconteceu nos Estados Unidos em 22 de abril de 1970. Participaram milhares de pessoas, principalmente estudantes de universidades e escolas. A pressão sobre o governo norte-americano foi grande e este criou a Agência de Proteção Ambiental.

O Dia da Terra é uma data comemorativa que não é controlada ou organizada por uma entidade específica. Ela pertence a humanidade e, por isso, pode ser comemorada livremente no mundo todo, adequando-se a realidade de cada região.

Frases sobre o Dia da Terra:

- Preservar e usar de forma inteligente os recursos naturais é o melhor presente que podemos dar ao nosso planeta no Dia da Terra.

- A Terra é nossa casa, vamos conservá-la e tratá-la com muito amor e carinho.

- Neste Dia da Terra vamos pensar e agir em favor de nosso planeta.

- O desenvolvimento sustentável do planeta Terra é fundamental para a qualidade de vida das futuras gerações

Hoje é dia de...





Abril

01 Dia da Mentira
02 Dia do Propagandista
02 Dia Internacional do Livro Infantil
07 Dia Mundial da Saúde
07 Dia do Jornalismo
08 Dia da Natação
08 Dia do Correio
08 Dia Mundial de Combate ao Câncer
10 Dia da Engenharia
13 Dia do Hino
13 Dia dos Jovens
13 Dia do Office-Boy
14 Dia Pan-Americano
16 Dia Mundial da Voz
18 Dia Nacional do Livro Infantil
18 Dia de Monteiro Lobato
19 Dia do Exército Brasileiro
19 Dia do Índio
21 Dia do Metalúrgico
21 Tiradentes
21 Aniversário de Brasília
21 Dia da Polícia Civil
22 Dia da Terra
22 Descobrimento do Brasil
23 Dia de São Jorge
24 Dia Internacional do Jovem Trabalhador
25 Dia do Contabilista
26 Dia do Goleiro
26 Dia da Primeira Missa no Brasil
27 Dia da Empregada Doméstica
27 Dia do Sacerdote
28 Dia da Educação
28 Dia da Sogra
30 Dia do Ferroviário

Maio

01 Dia do Trabalho
02 Dia Nacional do Ex-Combatente
03 Dia do Sol
03 Dia do Taquígrafo
05 Dia Nacional das Comunicações
06 Dia do Cartógrafo
07 Dia do Silêncio
07 Dia do Oftalmologista
08 Dia Nacional do Pintor
08 Dia do Artista Plástico
08 Dia Internacional da Cruz Vermelha
10 Dia da Cavalaria
10 Dia do Guia de Turismo
10 Dia do Campo
10 Dia da Cozinheira
12 Dia Mundial da Enfermeira
13 Abolição da Escravatura
13 Dia do Automóvel
13 Dia das Mães
14 Dia do Seguro
15 Dia da Assistência Social
15 Dia do Gerente de Banco
16 Dia do Gari
16 Dia do Faxineiro
17 Dia Internacional das Telecomunicações
18 Dia dos Vidreiros
18 Dia Mundial dos Museus
22 Dia do Apicultor
24 Dia do Preso
24 Dia Nacional do Café
24 Dia do Vestibulando
24 Dia da Infantaria
25 Dia do Massagista
25 Dia da Indústria
25 Dia do Trabalhador Rural
27 Dia do Profissional Liberal
29 Dia do Policial
29 Dia do Geógrafo
29 Dia do Estatístico
30 Dia do Decorador
30 Dia do Geólogo
30 Dia do Comissário de Bordo

Junho

01 Dia da Imprensa
05 Dia Mundial do Meio Ambiente
07 Dia da Liberdade de Imprensa
08 Dia das Empresas Gráficas
08 Dia do Citricultor
09 Dia do Porteiro
09 Dia de Anchieta
09 Dia do Tenista
10 Dia Internacional da Liberdade de Imprensa
11 Batalha Naval de Riachuelo
11 Dia da Marinha Brasileira
11 Dia do Educador Sanitário
12 Dia dos Namorados
13 Dia do Turista
13 Dia de Santo Antônio
14 Dia do Solista
15 Dia do Paleontólogo
17 Dia do Funcionário Público Aposentado
18 Dia do Químico
20 Dia do Revendedor
21 Início do Inverno
21 Dia da Mídia
21 Dia do Intelectual
24 Dia do Caboclo
24 Dia de São João
24 Dia do Mel
25 Dia do Imigrante
29 Dia do Pescador
29 Dia da Telefonista
29 Dia de São Pedro
30 Dia do Caminhoneiro

Julho

02 Dia do Bombeiro
02 Dia do Hospital
04 Dia Internacional do Cooperativismo
08 Dia do Padeiro
10 Dia da Pizza
11 Dia do Mestre da Banda
12 Dia do Engenheiro Florestal
13 Dia do Engenheiro de Saneamento
13 Dia Mundial do Rock
16 Dia do Comerciante
17 Dia da Liberdade de Pensamento
17 Dia do Protetor de Florestas
18 Dia do Trovador
19 Dia da Caridade
19 Dia Nacional do Futebol
20 Dia do Amigo
23 Dia do Guarda Rodoviário
25 Dia do Colono
25 Dia do Motorista
25 Dia do Escritor
26 Dia da Vovó
26 Dia do Detetive Particular
27 Dia do Despachante
27 Dia do Motociclista
28 Dia do Agricultor

Agosto

15 Dia do Solteiro
17 Dia do Patrimônio Histórico
19 Dia Mundial da Fotografia
19 Dia do Artista de Teatro
21 Dia da Habitação
22 Dia do Folclore
24 Dia do Artista
24 Dia da Infância
25 Dia do Feirante
25 Dia do Soldado
27 Dia Nacional do Psicólogo
27 Dia do Corretor de Imóveis
28 Dia do Bancário
28 Dia da Avicultura
29 Dia Nacional do Combate ao Fumo
31 Dia do Nutricionista

Setembro

01 Dia do Profissional de Ed. Física
02 Dia do Repórter Fotográfico
03 Dia do Biólogo
05 Dia da Amazônia
05 Dia da Juventude
05 Dia do Oficial da Farmácia
06 Dia do Barbeiro
06 Dia do Alfaiate
07 Dia da Independência do Brasil
08 Dia da Alfabetização
09 Dia do Administrador
09 Dia do Veterinário
17 Dia da Compreensão Mundial
18 Dia dos Símbolos Nacionais
19 Dia do Teatro
19 Dia do Comprador
20 Dia do Pombo da Paz
20 Dia do Funcionário Municipal
21 Dia do Radialista
21 Dia da Árvore
21 Dia do Fazendeiro
22 Dia da Banana
23 Dia do Soldador
23 Dia do Sorvete
23 Início da Primavera
25 Dia do Trânsito
25 Dia da Tia Solteirona
27 Dia do Encanador
27 Dia do Cantor
27 Dia Mundial do Turismo
29 Dia do Anunciante
29 Dia do Policial
30 Dia da Secretária
30 Dia Mundial do Tradutor


FRASES DE GRANDES EDUCADORES

Ser educador é ser um poeta do amor
Educar é acreditar na vida
e ter esperança do futuro.
Educar é semear com sabedoria
e colher com paciência

Augusto Cury

Objetivos maiores que a alfabetização no EJA


ENTREVISTA

Objetivos maiores que a alfabetização: EJA – Educação para Jovens e Adultos

Para o especialista inglês, Timothy Ireland, é desafio da modalidade de ensino preparar para o mercado de trabalho e um mundo em transformação



A Educação de Jovens e Adultos (EJA) ainda é vista por muitos como uma forma de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que por algum motivo tiveram de abandonar a escola. Felizmente, o conceito vem mudando e, entre os grandes desafios desse tipo de ensino, agora se inclui também a preparação dos alunos para o mercado de trabalho - o que ganha destaque nestes tempos de crise econômica. "Hoje sabemos do valor da aprendizagem contínua em todas as fases da vida, e não somente durante a infância e a juventude", afirma o inglês Timothy Ireland, mestre e doutor na área e especialista em Educação da representação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil.

Diretor do Departamento de EJA do Ministério da Educação (MEC) de 2004 a 2007, Ireland foi o responsável pela coordenação da sexta edição da Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confintea), o mais importante encontro do mundo na área, que ocorre apenas a cada 12 anos. Sediado em Belém do Pará entre os dias 19 e 22 de maio, o evento foi realizado pela primeira vez na América Latina. Nesta entrevista, concedida à NOVA ESCOLA antes do início da conferência, Ireland apresenta um panorama de sua área e fala das principais questões que preocupam os estudiosos e dos desafios ainda a vencer.

Quando o assunto é EJA, se pensa em primeiro lugar na alfabetização. Essa é a função principal dela?
A alfabetização é uma parte fundamental, mas não é a única. No Brasil, a EJA tem sido associada à escolaridade compensatória para pessoas que não conseguiram ir para a escola quando crianças, o que é um erro. A Unesco trabalha com o conceito dos quatro pilares, surgido do desafio apresentado por um mundo em rápida transformação: precisamos aprender a ser, a viver juntos, a fazer e a conhecer. Também há o desafio da participação, da inclusão e da equidade: como colocar em prática o conceito da inclusão, que prevê o atendimento das demandas de aprendizagem da vasta diversidade de grupos. O Brasil tem segmentos com características bem definidas, como os povos indígenas, as comunidades quilombolas, as pessoas mais velhas. Todos têm direito à Educação.

O que gerou tantas transformações nessa modalidade de ensino?
Isso ocorreu porque a Educação tem de acompanhar as mudanças que estão acontecendo e interagir com elas. O processo educativo, idealmente, começa na infância e termina somente na velhice. Dessa forma, a EJA tem de ser vista numa perspectiva mais ampla, dentro do conceito de Educação e aprendizagem que ocorre ao longo da vida.

O que essa aprendizagem contínua contempla?
O processo tem três dimensões: a individual, a profissional e a social. A primeira considera a pessoa como um ser incompleto, que tem a capacidade de buscar seu potencial pleno e se desenvolver, aprendendo sobre si mesmo e sobre o mundo. Na profissional, está incluída a necessidade de todas as pessoas se atualizarem em sua profissão. Um médico, um engenheiro, um físico, todos os profissionais precisam se requalificar. Em momentos de crise, como o atual, isso fica ainda mais necessário. É comum o trabalhador ter de aprender um novo ofício para se inserir no mercado. Na social (que é a capacidade de viver em grupo), um cidadão, para ser ativo e participativo, necessita ter acesso a informações e saber avaliar criticamente o que acontece. Além dessas, há outra dimensão de aprendizagem muito pertinente neste momento: a relação das pessoas com o meio ambiente. Todos nós temos a necessidade de nos reeducarmos no que se refere a essa questão. Precisamos praticar novos paradigmas de sustentabilidade e novos hábitos de consumo.

Qual a importância dos programas de alfabetização de adultos no Brasil?
Existe uma vontade política muito forte de reduzir as estatísticas de analfabetismo. Para um país que pretende ser uma potência mundial, ter um número significativo de pessoas que não sabem ler e escrever é um ruído na imagem. Também é essencial lembrar que esse é um dos indicadores usados para calcular o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Por fim, no campo pedagógico, a alfabetização representa o alicerce do processo de Educação, o portal pelo qual é necessário passar para poder continuar aprendendo.

Como adequar esses programas a um mundo em que o conceito de alfabetização tem se ampliado?
De acordo com o conceito da Unesco, a alfabetização é a habilidade para identificar, entender, interpretar, criar, calcular e se comunicar mediante o uso de materiais escritos vinculados a diferentes contextos. Dessa forma, o essencial é compreender que ela não é mais entendida apenas como o domínio básico da leitura, da escrita e das operações matemáticas. Para uma pessoa realmente possuir essas habilidades, ela tem de concluir pelo menos o Ensino Fundamental.

Quais são os países mais bem-sucedidos na EJA hoje?
Existem alguns com uma forte tradição nessa área, como Inglaterra, França e Itália, que têm introduzido na legislação o conceito de Educação ao longo da vida. Em geral, os europeus reconhecem o papel da EJA para o futuro social e econômico. Entre as nações emergentes, também há bons exemplos. Um deles é a Coreia do Sul, que estabeleceu dois planos nacionais de cinco anos para o desenvolvimento da aprendizagem ao longo da vida. Outro é a China. Na América Latina, Cuba tem investido em Educação para todos e com qualidade. Prever verbas para a EJA é crucial para o desenvolvimento de qualquer nação.

Segundo dados da Unesco referentes à América do Sul, a taxa de analfabetismo no Brasil só não é pior que a do Peru. Por que estamos tão mal?
Eu apontaria três fatores principais. Primeiro, a riqueza natural do Brasil. Talvez ela tenha contribuído para que a Educação não fosse prioridade. Com tantos recursos, parecia não ser necessário investir nas pessoas. O segundo é que, obviamente, oferecer ensino em um país do tamanho do Brasil é muito mais difícil do que em outros menores, como o Uruguai e o Paraguai. Por fim, creio que não exista uma valorização da Educação. Só recentemente os governantes começaram a entendê-la como essencial para o desenvolvimento sustentável. Durante muito tempo, ela não tinha valor social nem para o próprio povo.

Houve avanços nos últimos tempos?
Um esforço muito maior tem sido feito recentemente, com investimentos nessa área. O fato de a EJA ter sido incluída no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) foi fundamental para garantir uma fonte estável de recursos. Antigamente, se escolhia uma fase da Educação como foco, mas o governo atual tem uma visão sistêmica do setor e defende o investimento em todos os níveis de ensino.

O que falta para que o Brasil tenha menos demanda para a EJA?
Há um problema sério. Muitos jovens que saem da escola semianalfabetos se matriculam na EJA. Eles não deveriam migrar para essa modalidade por falta de qualidade na escola regular. Para que um nível não gere demandas desnecessárias para outro e como forma de garantir continuidade nos estudos aos que aprendem a ler e escrever, é necessário estabelecer um projeto de políticas de alfabetização articulado com outros níveis de ensino. Aliado a isso, é necessário também investir mais na profissionalização dos educadores.

Os professores não estão bem preparados para educar jovens e adultos?
Obviamente existem os que são muitos bons. Na maioria dos casos, os educadores desse público são improvisados e não têm preparo específico para atender esse público. Há formas diferenciadas de trabalhar com EJA e menos de 2% dos cursos de Pedagogia oferecem formação específica para esse fim.

Dados da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade mostram que a evasão no Ensino Fundamental na EJA chega a 20%. Como evitar isso?
Há diversas variáveis interferindo nesse processo. Muitas vezes, o estudante não deixa voluntariamente a escola. Faz isso por causa da família ou do trabalho. Também existe a questão da qualidade do curso oferecido. Falta pensar a EJA com base nas demandas de aprendizagem dessa clientela específica. É importante reconhecer que a maioria dos estudantes que procuram concluir a Educação formal também carece de qualificação profissional e, por isso, deve-se articular a formação deles com a Educação continuada.

Como isso pode ser feito?
Há duas iniciativas do governo que representam um grande avanço na área: o Proeja (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos) e o Projovem (Programa Nacional de Inclusão de Jovens).

Além dessa relação com o mundo do trabalho, há outras a promover?
Sem dúvida. O MEC tem um papel importante de coordenar políticas que busquem a interface com outros setores. Já há relações fortes com a comunicação e a saúde. Pesquisas mostram claramente que mulheres com maior escolaridade cuidam melhor do bem-estar dos filhos. Há outros pontos que permeiam os dois campos. Os ministérios da Educação e da Saúde, por exemplo, se articularam para providenciar exames de vista e óculos para os que estão matriculados no programa Brasil Alfabetizado. Isso já ocorria com crianças, mas o reconhecimento de que o problema também afeta os mais velhos é muito bom.

O que mudou na área desde a última Confintea, em Hamburgo? As metas estabelecidas foram cumpridas?
IRELAND - Na edição de 1997, abriu-se muito o leque de responsabilidades a que a EJA tinha de atender. Além de contribuir para o desenvolvimento de cada ser humano, ela tinha de contemplar a questão do mundo do trabalho e até a paz mundial. Foram criadas demandas além de sua própria capacidade. No período imediatamente posterior à reunião, houve muito otimismo. Achava-se que os compromissos iriam se reverter em novos investimentos e esforços por parte dos governos. Mas isso não se deu. Quando se fala da avaliação da Confintea de Hamburgo, hoje o que sobressai é passar da retórica para a ação.

Quais são, então, os desafios atuais?
Atender a expectativas criadas em Hamburgo e também contemplar a crise financeira e econômica, que resultou na recessão global. Não há como negar que a EJA tem demandas próprias. É impossível desenvolver programas de qualidade sem que os recursos estejam garantidos. Normalmente, nas escolas são improvisados o local para essas aulas, os materiais utilizados e os educadores. Pra resolver isso, a profissionalização do corpo docente e o enriquecimento dos ambientes de aprendizagem são fundamentais. Em termos de gestão, é essencial implementar políticas de forma mais efetiva, transparente, eficaz e responsável, envolvendo na decisão representantes dos segmentos que participam da EJA - como a sociedade civil.

Criar políticas é papel da Confintea?
Em geral, a conferência estabelece linhas ou orientações políticas, mas é necessário que ela crie mecanismos para avaliar o que está sendo feito.


Objetivos maiores que a alfabetização no EJA

Objetivos maiores que a alfabetização: EJA – Educação para Jovens e Adultos

PARA O ESPECIALISTA INGLÊS, TIMOTHY IRELAND, É DESAFIO DA MODALIDADE DE ENSINO PREPARAR PARA O MERCADO DE TRABALHO E UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) ainda é vista por muitos como uma forma de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que por algum motivo tiveram de abandonar a escola. Felizmente, o conceito vem mudando e, entre os grandes desafios desse tipo de ensino, agora se inclui também a preparação dos alunos para o mercado de trabalho - o que ganha destaque nestes tempos de crise econômica. "Hoje sabemos do valor da aprendizagem contínua em todas as fases da vida, e não somente durante a infância e a juventude", afirma o inglês Timothy Ireland, mestre e doutor na área e especialista em Educação da representação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil.

Diretor do Departamento de EJA do Ministério da Educação (MEC) de 2004 a 2007, Ireland foi o responsável pela coordenação da sexta edição da Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confintea), o mais importante encontro do mundo na área, que ocorre apenas a cada 12 anos. Sediado em Belém do Pará entre os dias 19 e 22 de maio, o evento foi realizado pela primeira vez na América Latina. Nesta entrevista, concedida à NOVA ESCOLA antes do início da conferência, Ireland apresenta um panorama de sua área e fala das principais questões que preocupam os estudiosos e dos desafios ainda a vencer.

Quando o assunto é EJA, se pensa em primeiro lugar na alfabetização. Essa é a função principal dela?
A alfabetização é uma parte fundamental, mas não é a única. No Brasil, a EJA tem sido associada à escolaridade compensatória para pessoas que não conseguiram ir para a escola quando crianças, o que é um erro. A Unesco trabalha com o conceito dos quatro pilares, surgido do desafio apresentado por um mundo em rápida transformação: precisamos aprender a ser, a viver juntos, a fazer e a conhecer. Também há o desafio da participação, da inclusão e da equidade: como colocar em prática o conceito da inclusão, que prevê o atendimento das demandas de aprendizagem da vasta diversidade de grupos. O Brasil tem segmentos com características bem definidas, como os povos indígenas, as comunidades quilombolas, as pessoas mais velhas. Todos têm direito à Educação.

O que gerou tantas transformações nessa modalidade de ensino?
Isso ocorreu porque a Educação tem de acompanhar as mudanças que estão acontecendo e interagir com elas. O processo educativo, idealmente, começa na infância e termina somente na velhice. Dessa forma, a EJA tem de ser vista numa perspectiva mais ampla, dentro do conceito de Educação e aprendizagem que ocorre ao longo da vida.

O que essa aprendizagem contínua contempla?
O processo tem três dimensões: a individual, a profissional e a social. A primeira considera a pessoa como um ser incompleto, que tem a capacidade de buscar seu potencial pleno e se desenvolver, aprendendo sobre si mesmo e sobre o mundo. Na profissional, está incluída a necessidade de todas as pessoas se atualizarem em sua profissão. Um médico, um engenheiro, um físico, todos os profissionais precisam se requalificar. Em momentos de crise, como o atual, isso fica ainda mais necessário. É comum o trabalhador ter de aprender um novo ofício para se inserir no mercado. Na social (que é a capacidade de viver em grupo), um cidadão, para ser ativo e participativo, necessita ter acesso a informações e saber avaliar criticamente o que acontece. Além dessas, há outra dimensão de aprendizagem muito pertinente neste momento: a relação das pessoas com o meio ambiente. Todos nós temos a necessidade de nos reeducarmos no que se refere a essa questão. Precisamos praticar novos paradigmas de sustentabilidade e novos hábitos de consumo.

Qual a importância dos programas de alfabetização de adultos no Brasil?
Existe uma vontade política muito forte de reduzir as estatísticas de analfabetismo. Para um país que pretende ser uma potência mundial, ter um número significativo de pessoas que não sabem ler e escrever é um ruído na imagem. Também é essencial lembrar que esse é um dos indicadores usados para calcular o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Por fim, no campo pedagógico, a alfabetização representa o alicerce do processo de Educação, o portal pelo qual é necessário passar para poder continuar aprendendo.

Como adequar esses programas a um mundo em que o conceito de alfabetização tem se ampliado?
De acordo com o conceito da Unesco, a alfabetização é a habilidade para identificar, entender, interpretar, criar, calcular e se comunicar mediante o uso de materiais escritos vinculados a diferentes contextos. Dessa forma, o essencial é compreender que ela não é mais entendida apenas como o domínio básico da leitura, da escrita e das operações matemáticas. Para uma pessoa realmente possuir essas habilidades, ela tem de concluir pelo menos o Ensino Fundamental.

Quais são os países mais bem-sucedidos na EJA hoje?
Existem alguns com uma forte tradição nessa área, como Inglaterra, França e Itália, que têm introduzido na legislação o conceito de Educação ao longo da vida. Em geral, os europeus reconhecem o papel da EJA para o futuro social e econômico. Entre as nações emergentes, também há bons exemplos. Um deles é a Coreia do Sul, que estabeleceu dois planos nacionais de cinco anos para o desenvolvimento da aprendizagem ao longo da vida. Outro é a China. Na América Latina, Cuba tem investido em Educação para todos e com qualidade. Prever verbas para a EJA é crucial para o desenvolvimento de qualquer nação.

Segundo dados da Unesco referentes à América do Sul, a taxa de analfabetismo no Brasil só não é pior que a do Peru. Por que estamos tão mal?
Eu apontaria três fatores principais. Primeiro, a riqueza natural do Brasil. Talvez ela tenha contribuído para que a Educação não fosse prioridade. Com tantos recursos, parecia não ser necessário investir nas pessoas. O segundo é que, obviamente, oferecer ensino em um país do tamanho do Brasil é muito mais difícil do que em outros menores, como o Uruguai e o Paraguai. Por fim, creio que não exista uma valorização da Educação. Só recentemente os governantes começaram a entendê-la como essencial para o desenvolvimento sustentável. Durante muito tempo, ela não tinha valor social nem para o próprio povo.

Houve avanços nos últimos tempos?
Um esforço muito maior tem sido feito recentemente, com investimentos nessa área. O fato de a EJA ter sido incluída noFundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) foi fundamental para garantir uma fonte estável de recursos. Antigamente, se escolhia uma fase da Educação como foco, mas o governo atual tem uma visão sistêmica do setor e defende o investimento em todos os níveis de ensino.

O que falta para que o Brasil tenha menos demanda para a EJA?
Há um problema sério. Muitos jovens que saem da escola semianalfabetos se matriculam na EJA. Eles não deveriam migrar para essa modalidade por falta de qualidade na escola regular. Para que um nível não gere demandas desnecessárias para outro e como forma de garantir continuidade nos estudos aos que aprendem a ler e escrever, é necessário estabelecer um projeto de políticas de alfabetização articulado com outros níveis de ensino. Aliado a isso, é necessário também investir mais na profissionalização dos educadores.

Os professores não estão bem preparados para educar jovens e adultos?
Obviamente existem os que são muitos bons.

Na maioria dos casos, os educadores desse público são improvisados e não têm preparo específico para atender esse público. Há formas diferenciadas de trabalhar com EJA e menos de 2% dos cursos de Pedagogia oferecem formação específica para esse fim.

Dados da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade mostram que a evasão no Ensino Fundamental na EJA chega a 20%. Como evitar isso?
Há diversas variáveis interferindo nesse processo. Muitas vezes, o estudante não deixa voluntariamente a escola. Faz isso por causa da família ou do trabalho. Também existe a questão da qualidade do curso oferecido. Falta pensar a EJA com base nas demandas de aprendizagem dessa clientela específica. É importante reconhecer que a maioria dos estudantes que procuram concluir a Educação formal também carece de qualificação profissional e, por isso, deve-se articular a formação deles com a Educação continuada.

Como isso pode ser feito?
Há duas iniciativas do governo que representam um grande avanço na área: o Proeja (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos) e o Projovem (Programa Nacional de Inclusão de Jovens).

Além dessa relação com o mundo do trabalho, há outras a promover?
Sem dúvida. O MEC tem um papel importante de coordenar políticas que busquem a interface com outros setores. Já há relações fortes com a comunicação e a saúde. Pesquisas mostram claramente que mulheres com maior escolaridade cuidam melhor do bem-estar dos filhos. Há outros pontos que permeiam os dois campos. Os ministérios da Educação e da Saúde, por exemplo, se articularam para providenciar exames de vista e óculos para os que estão matriculados no programa Brasil Alfabetizado. Isso já ocorria com crianças, mas o reconhecimento de que o problema também afeta os mais velhos é muito bom.

O que mudou na área desde a última Confintea, em Hamburgo? As metas estabelecidas foram cumpridas?
IRELAND - Na edição de 1997, abriu-se muito o leque de responsabilidades a que a EJA tinha de atender. Além de contribuir para o desenvolvimento de cada ser humano, ela tinha de contemplar a questão do mundo do trabalho e até a paz mundial. Foram criadas demandas além de sua própria capacidade. No período imediatamente posterior à reunião, houve muito otimismo. Achava-se que os compromissos iriam se reverter em novos investimentos e esforços por parte dos governos. Mas isso não se deu. Quando se fala da avaliação da Confintea de Hamburgo, hoje o que sobressai é passar da retórica para a ação.

Quais são, então, os desafios atuais?
Atender a expectativas criadas em Hamburgo e também contemplar a crise financeira e econômica, que resultou na recessão global. Não há como negar que a EJA tem demandas próprias. É impossível desenvolver programas de qualidade sem que os recursos estejam garantidos. Normalmente, nas escolas são improvisados o local para essas aulas, os materiais utilizados e os educadores. Pra resolver isso, a profissionalização do corpo docente e o enriquecimento dos ambientes de aprendizagem são fundamentais. Em termos de gestão, é essencial implementar políticas de forma mais efetiva, transparente, eficaz e responsável, envolvendo na decisão representantes dos segmentos que participam da EJA - como a sociedade civil.

Criar políticas é papel da Confintea?
Em geral, a conferência estabelece linhas ou orientações políticas, mas é necessário que ela crie mecanismos para avaliar o que está sendo feito.

FONTE:http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/educacao/conteudo_476364.shtml?func=1&pag=1&fnt=9pt